segunda-feira, 12 de maio de 2025

07 noturno 2025 - Relativismo sofistas

Aula 07 de 2025

Relativismo na Grécia Antiga: Os Sofistas e a Crise dos Valores Absolutos 

O relativismo é uma corrente filosófica que questiona a existência de verdades universais, defendendo que o conhecimento, a moral e os valores dependem do contexto cultural, histórico ou individual. Na Grécia Antiga, esse pensamento ganhou força com os sofistas, mestres da retórica que desafiaram as noções tradicionais de verdade e justiça.  

O Relativismo Sofista
  
Os sofistas eram professores itinerantes que, no século V a.C., ensinavam técnicas de persuasão e debate em troca de pagamento. Diferentemente de filósofos como Sócrates, Platão e Aristóteles—que buscavam princípios universais—, os sofistas argumentavam que a verdade é relativa, variando conforme a perspectiva humana.  

Dois princípios fundamentais do relativismo sofista eram:

1. O homem é a medida de todas as coisas (Protágoras) – A verdade depende da percepção individual.

2. A oposição entre natureza (physis) e convenção (nomos) – As leis e a moral não são naturais, mas criações humanas, podendo ser questionadas.  

Exemplos de Relativismo Sofista
 
1. Protágoras (485-410 a.C.)
 
   - Afirmava que "o homem é a medida de todas as coisas", ou seja, não há verdade objetiva, apenas interpretações subjetivas.  

   - Exemplo: O que é "quente" para alguém pode ser "frio" para outro; o mesmo se aplica a conceitos como justiça e beleza.  

2. Górgias (483-375 a.C.)

   - Defendia um ceticismo radical, resumido em três teses:  

     - Nada existe (a realidade é incognoscível).

     - Se algo existisse, não poderíamos conhecê-lo.

     - Mesmo que pudéssemos conhecê-lo, não poderíamos comunicá-lo. 

   - Usava a retórica para mostrar como o discurso pode manipular a percepção da verdade.  

3. Trasímaco (século V a.C.)
 
   - No diálogo A República, de Platão, ele afirma que "a justiça é a vantagem do mais forte", ou seja, as leis são criadas pelos poderosos para beneficiar a si mesmos. Isso ilustra o relativismo moral: o que é "justo" varia conforme os interesses de quem governa.  

4. Calicles (presente no Górgias de Platão)

   - Argumentava que as leis são invenções dos fracos para conter os fortes, defendendo que a natureza privilegia os mais aptos. Assim, a moral seria uma convenção, não um valor absoluto.  

Críticas ao Relativismo Sofista
  
Filósofos como Sócrates e Platão rejeitaram o relativismo, defendendo que: 
 
- A verdade existe independentemente das opiniões humanas.  
- A moral não pode ser reduzida a interesses particulares.  
- A retórica sofista, embora eficaz, poderia ser usada para manipular, não para buscar o verdadeiro conhecimento.  

Legado do relativismo

Apesar das críticas, os sofistas trouxeram questões fundamentais para a filosofia: 

- A importância do discurso e da linguagem na construção da realidade.

- O questionamento das normas sociais, abrindo espaço para debates sobre ética e política.

- A influência no pensamento moderno, como no pragmatismo e no pós-estruturalismo.  

Em suma, o relativismo sofista marcou a Grécia Antiga ao desafiar dogmas e mostrar que a verdade pode ser múltipla—uma ideia que ainda hoje provoca reflexões sobre conhecimento, poder e cultura.

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